Eu visitava um site da Bahia no qual, mais uma vez, no mínimo, se insinua que os “alemães” do Rio Grande do Sul cometem as mais inimagináveis barbáries. Como uma das fontes, estava indicado um site chamado “Tempos nazistas”.

 

Ao procurá-lo, constatei que ele não diz exatamente isso, mas apresenta conteúdo que pode levar a esse tipo de insinuação, quando não a afirmações expressas nesse sentido. Foi colocado no ar como produto das atividades da disciplina “Produção em jornalismo online” do Curso de Jornalismo da UNISC (Universidade de Santa Cruz do Sul) (http://hipermidia.unisc.br/temposnazistas/neonazismo-estado.html - este link não funciona mais, aparentemente o site foi retirado do ar, interessados podem ver partes no Youtube), no primeiro semestre de 2011. Como é dito na própria apresentação, não se tratava apenas de refazer o passado, mas de alertar para o “neonazismo”, no presente. Nesse sentido, lá está, no link sobre “neonazismo no estado”, a seguinte afirmação: “Em agosto de 2010 a Polícia Civil de Teutônia, no Vale do Taquari, registrou ocorrências ligadas a neonazistas. Um grupo pichava placas e pontos de ônibus na cidade com o símbolo nazista, a suástica, e com frases de conteúdo racista. Conforme denúncias anônimas, três ou quatro jovens estavam se reunindo no município para realizar os atos de vandalismo”.

De fato, no dia 20 de agosto de 2010, o jornal Informativo do Vale, de Lajeado, deu essa notícia [as datas se referem às edições impressas, de forma que pode haver pequenos desencontros com a data online]. No dia 24 de agosto, o Correio do Povo, de Porto Alegre, afirmou o mesmo. Mas no dia 25, o delegado de polícia de Teutônia, Mauro José Barcellos Mallmann, em entrevista à Radio Independente, de Lajeado, desmentiu o fato, e em 26 de agosto o Correio do Povo publicou desmentido categórico daquele que é considerado a maior autoridade em “neonazismo” no Rio Grande do Sul, o delegado Paulo Cesar Jardim (http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=187452). Na verdade, aconteceu um atentado de provocadores contra o povo de Teutônia – e não um ato de “neonazismo” praticado pelo povo de Teutônia (o delegado Jardim, eufemisticamente, falou que acontecera uma "invenção").

De qualquer forma, o mais tardar em fins de agosto de 2010 (!) estava evidente que não houvera ato “neonazista” em Teutônia. Mesmo assim, a professora de “Produção em jornalismo online” da UNISC e seus alunos, trabalhando no período de março a junho de 2011 (!), isto é, no mínimo, seis meses depois de o falso alarme ter sido desmascarado, o colocaram no ar como FATO VERDADEIRO (!), que produziu "frutos" pelo Brasil afora - basta rastrear no Google! [No dia 23 de outubro de 2011, a "informação" continua no ar - "provavelmente", a professora responsável, caso fosse questionada, diria que "ainda" não se deu conta do "barrigaço", ou "não foi avisada", he, he, he; no dia 4/9/2011, enviei e-mail à professora, a respeito, e só porque no dia 17/9/2011 não havia recebido resposta nem houvera qualquer mudança no site, publiquei esta nota].

Com certeza, os maiores órgãos de imprensa deste país, e talvez do próprio exterior, estão de olho nos alunos que participaram dessa fantástica experiência. Quando se formarem, serão disputados “a tapa”, pois o conteúdo do seu site mostra que eles possuem uma formação supersólida, pode-se ter confiança absoluta na correção daquilo que colocam no ar, jamais publicarão uma acusação – seja a indivíduos, seja a coletividades – que não esteja irrefutavelmente comprovada, são completamente isentos de quaisquer preconceitos. [17/9/2011]