Relutei durante muito tempo em colocar esta nota no ar, mas existe um imperativo ético e político em esclarecer o tema – por se tratar de uma questão de interesse público, de interesse para toda a sociedade, para a convivência presente e futura das populações deste estado – RS (vide também notas seguintes).

 

No final do primeiro semestre de 2008, enviei a primeira versão do meu texto “Considerações sobre opiniões e estudos em torno de nazismo e ‘neonazismo’ no Brasil” (vide o link “Opinião”, neste site) ao endereço eletrônico do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, de Porto Alegre, que Jair Krischke, seu presidente há décadas, me indicara. Nunca tive confirmação do recebimento. Algum tempo depois, descobri que Krischke havia dado, em 31 de março de 2008 (portanto, antes da data em que lhe enviei meu texto), uma entrevista à revista eletrônica IHU on-line, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), na qual disse o seguinte, em resposta à pergunta “O crescimento da violência, como a atuação de grupos neonazistas como os skinheads, estaria ligada à colonização alemã no Rio Grande do Sul?”: “O relatório do governo norte-americano a respeito da situação das vítimas no mundo destaca esse episódio. No Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e parte do Paraná, temos uma situação bem particular. Trata-se de uma região de forte colonização alemã e que, em termos ideológicos, ficou parada no tempo. Ainda hoje, atuam inspirados na Alemanha nazista e apóiam o projeto de Hitler. Une-se a esse sentimento uma vertente racista e separatista. Existe uma forte corrente separatista que quer fazer do Sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) um novo país. Um país de brancos. E, dizem mais, que São Paulo poderia participar desse novo país, desde que mande embora os nordestinos. Não é por acaso que temos em Porto Alegre uma editora neonazista, a Revisão Editora, de propriedade de Siegfried Ellwanger, que já recebeu corretivo da justiça do Rio Grande do Sul. Em 1996, esse cidadão foi condenado a dois anos de prisão por publicar livros neonazistas. A sentença foi até o Supremo Tribunal Federal e foi mantida. É o primeiro caso na América Latina que pune alguém por publicar livros racistas. Estes grupos neonazistas, separatistas, se utilizam das publicações dessa editora. Nos inquéritos policiais, no material apreendido pela polícia, são citadas as obras. Portanto, temos no estado este cenário muito propício a este pensamento exótico”. Essa entrevista continuava no ar no dia 29 de novembro de 2010, quando a acessei pela última vez (e imprimi a página), através do link

http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1658&secao=252

Diante desse fato, formulo aqui a seguinte pergunta pública a Jair Krischke: “Após um ano de publicação de meu texto neste site, o Sr. confirma – e reitera? – os termos de sua entrevista, naquilo que tange ao trecho por mim assinalado em itálico? Aguardo sua resposta, e a publicarei com muito prazer neste site". [Nota publicada no dia 29/11/2010 – assim que eu receber uma resposta, divulgarei o fato, neste local].