Quando crianças e adolescentes cometem uma “arte” ou se envolvem numa bravata, e depois se arrependem, ou não sabem “como sair dessa”, costumam “amoitar”, isto é, “desaparecer”, enfim, ficar “na moita”. No mínimo, três pessoas adultas, com alto padrão de educação – das quais se fala neste site – amoitaram.

Uma é Adriana Abreu Magalhães Dias (mestre em Antropologia pela UNICAMP; era doutoranda, talvez já seja doutora), o segundo é Jair Krischke (que consta como formado em História, mas foi qualificado como “Dr.” pelo delegado Paulo Cesar Jardim, em sua fala de 19 de novembro de 2010, no Senado da República), e o terceiro é o atual procurador do Ministério Público Federal de Lajeado (mestre em Direito, mas que certamente é qualificado, e possivelmente se autoqualifica, como “Dr.”). Os três se manifestaram ou tomaram medidas em relação a nazismo/“neonazismo”, aqui no Brasil, mas a impressão que se tem é que não tinham “sustância”, "estofo" de informações para se meter nesse assunto com o entusiasmo com que o fizeram. Para lidar com esse tema, não basta vir com a cabeça cheia dos brutais preconceitos acumulados nos últimos 180 anos! É preciso estudar muito - caso contrário, o vexame é certo! Como, aparentemente, eles vinham "armados" só com a massa dos seus preconceitos, tiveram de amoitar! A m o i t a r!

Aquilo que o povo conta, lá pelo Alto Taquari, sobre o procurador do Ministério Público Federal de Lajeado é até meio folclórico. Teria arranjado uma “bazuca antropológica” com que se embrenhou na floresta teutônica para detonar Bunkers de “neonazistas” – que imaginava encontrar aos milhares. Quando chegou à Linha Clara, finalmente, avistou um prédio, em cuja frente havia uma linha de tiro, e até tinha algumas pessoas descarregando suas armas. Vibrou! Tinha certeza de ter localizado o maior campo de treinamento de “neonazistas” do planeta. Antes de acionar sua mortífera “bazuca antropológica” contra o prédio, resolveu, porém, observar, por algum tempo, às escondidas, as atividades sumamente suspeitas que imaginava estarem acontecendo por lá. Mas ao procurar uma posição mais adequada para a observação, dentro do mato, ao lado do prédio, não se deu conta de que o terreno em que estava pisando era pantanoso, nada para leigos ou intrometidos. E começou a afundar, com bazuca, capacete de aço, binóculo, bússola [fui convidado a me corrigir: bússola é coisa antiquada, que se usava, no meu tempo, lá em Novo Machado, o homem usava GPS, contam-me também que o binóculo dele era um daqueles modernos, com raios infravermelhos, para enxergar à noite], e tudo mais. Quando o bondoso povo da divertida Sociedade de Atiradores de Linha Clara ouviu os gritos de socorro, foi lá e o resgatou. Depois de ele ter tomado um bom banho, o “Rei de tiro”, edição 2010, categoria carabina apoiada, Ademir Krützmann, emprestou-lhe uma calça de brim-riscado e uma camisa de pelúcia. O procurador achou que aquela roupa não condizia muito bem com seu status, com a dignidade de seu cargo – mas que fazer? A “Rainha de tiro”, na mesma categoria e ano, Anelise Sulzbach, preparou-lhe um prato com cuca recheada de chocolate, linguiça e pepino em conserva. Aquilo pareceu-lhe comida de ETs (nunca tinha experimentado, mas abominava! para ele, só podia ser coisa de nazista!), como, porém, a fome era grande, experimentou – e... achou uma delícia! Refeito, não pensou mais em detonar o prédio da Sociedade de Atiradores. Acabou saindo de fininho, e até hoje está fazendo de conta que nunca esteve metido nessa enrascada. Amoitou! Amoitou! (Para entender melhor esse imbróglio, leia, entre várias outras, as notas “A coisa está ficando cada vez mais esquisita...” e "Safadeza..."). [Por falar em outras notas desta página, acabei de descobrir uma coisa bem interessante, que coloquei, com destaque em vermelho, quase ao final da nota "O governador Tarso Genro concorda com isso?"]. [25/11/2011]

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Nota: tendo em vista aquilo que relato em "Que Deus proteja este nosso Rio Grande de virar uma nova Bósnia", sou obrigado a retratar-me quanto à afirmação de que o procurador da República em Lajeado teria "amoitado" em relação ao tema "neonazismo em Teutônia". Essa afirmação é válida para Adriana Abreu Magalhães Dias, que está "encolhendo" a cada nova declaração sobre o "neonazismo", e Jair Krischke desapareceu por completo. O relatório que comento na citada nota mostra que o procurador, pelo contrário, não recuou um milímetro em suas convicções. Mas o conteúdo de seu relatório também mostra que a cena fictícia acima descrita não é tão irreal que não poderia ter acontecido. Como historiador, deixo o texto aí, como produto de um determinado momento. [24/3/2012]

Atenção: em 31 de julho de 2012, o até então procurador da República em Lajeado deixou o cargo, de forma que o conteúdo desta nota NÃO se refere a quem o tenha assumido após essa data. [1/8/2012]