A estratégia do governo Getúlio Vargas do Brasil na década de 1930/40 tem sido caracterizada como "jogo duplo" naquilo que tange à sua inserção no contexto político internacional. A polarização entre Alemanha e Estados Unidos teria oportunizado ao Brasil barganhar com ambos os lados, obtendo assim certa autonomia na sua dependência histórica em relação a este último país. Além da racionalidade maquiavélica subjacente na aproximação com a Alemanha, a intensificação das relações políticas e econômicas com este país derivaria de uma afinidade interna. Desde 1930, registra-se, com avanços e recuos, uma tendência centralizadora no Brasil, que terá o seu desfecho na decretação do Estado Novo, em 10 de novembro de 1937, e essa política centralizadora teria levado grande parte dos políticos brasileiros a simpatizar e se identificar com o regime alemão.


[Publicado em Estudios Interdisciplinarios de America Latina y el Caribe, Tel Aviv: Universidade de Tel Aviv, vol. 7, n. 1, p. 85-105, 1996].


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