Durante a Segunda Guerra Mundial, ficaram folclóricas, no Rio Grande do Sul, algumas personalidades que, em praça pública, vociferavam que, infelizmente, não sabiam qual era a veia “alemã” em seu corpo, pois, se o soubessem, a arrancariam.

 

Também Lya Luft possui um passado muito autocrítico em relação a suas origens “alemãs” e burguesas, em Santa Cruz do Sul. Uns dois anos atrás, quando terminei a versão definitiva de meu texto “Considerações sobre opiniões e estudos em torno de nazismo e ‘neonazismo’ no Brasil” repassei-o ao Eduardo Luft, filho de Lya, meu colega na universidade, com o pedido de que o repassasse também à mãe. Não sei se o fez. Em todo caso, na sua coluna da revista Veja de 8 de junho de 2011 (p. 24), ela escreveu: “Se alguém diz que ‘brancos de olhos azuis’ são responsáveis por problemas do país, eu me sinto grandemente atacada”. É um bom sinal! Também Lya Luft parece ter aderido ao bom senso iluminista de que devemos lutar pelo princípio universal de condenação a preconceitos. O exemplo de Lya traz esperança de que também Jair Krischke possa vir a mudar de posição. Quem sabe, daqui a pouco também ele abandona seu ódio figadal contra os “alemães”, e adere ao princípio sensato de que todos os tipos de preconceito são abomináveis! Constituiria um ganho enorme para este estado e para este país, pois sua grande influência sobre a opinião pública enriqueceria, de forma significativa, a história da luta pelos Direitos Humanos – direitos que, desde a formulação do próprio conceito, sempre tiveram destacado seu caráter U N I V E R S A L! [8/6/2011]