Em 11 de novembro de 2014, em cerimônia na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o município de Teutônia foi homenageado com o Prêmio Gestor Público Especial. Como o leitor pode conferir na próxima nota, entre agosto de 2010 e 31 de julho de 2012, o então procurador da República em Lajeado promoveu uma caçada a “neonazistas” nesse município, declarando, entre muitas outras pérolas, que queria “descobrir o que está levando a isso, entender o porquê de algumas regiões do Vale do Taquari – de colonização germânica – terem esta tendência" [!!] ao “neonazismo”. O procurador também afirmou que o (por ele) pressuposto “ressurgimento de um movimento neonazista [em Teutônia] revela graves problemas de índole cultural” (para ver, clicar aqui).
Tendo apelado à ajuda de uma antropóloga-perita do MPF, esta atestou que seria “de suma importância não nos descuidarmos da dimensão de prevenção que a situação [de Teutônia] exige, e de modo a não focar unicamente na dimensão individual dos comportamentos desviantes, e que fragilizou o conjunto da sociedade”. Como se vê, por esse laudo [??], o município foi visto como um antro totalmente tomado pelo “neonazismo”. A antropóloga escreveu que “o conjunto dos concidadãos” estava "fragilizado", e até manifestou comiseração para com os pobres diabos que habitam o município, pois escreveu, em seu parecer: “Especificamente, e com vistas a um tratamento das implicações negativas que vem afetando o convívio social da localidade municipal em questão, estamos visualizando encaminhamentos no sentido de buscar protegê-lo“.
Agora, esse município teve reconhecida a qualidade especial de sua administração. Fica a pergunta: isso é resultado da cruzada de “desneonazificação” promovida pelo mestre-doutor-procurador e pela doutora-antropóloga-perita? Ou tanto a população em geral quanto a administração do município são capazes de grandes feitos, em benefício do bem-comum, e a cruzada de “desneonazificação” constituiu um brutal atentado contra a dignidade dessa população? Na primeira hipótese, o bom salário que tanto o procurador quanto a antropóloga recebem está plenamente justificado. Na segunda hipótese, ...
Com a palavra, o Ministério Público Federal! [12/11/2014]