Apresentar o fato histórico como texto literário tem muitos riscos. Inclusive o de deixar o leitor totalmente confuso.


 

         As duas áreas caminhavam de mãos dadas.[1] O segundo Prêmio Nobel de Literatura (1902) foi para o historiador Theodor Mommsen (1817-1903). Na época, se fazia história à maneira literária, narrada como se fosse um romance. Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), essa narrativa histórica cedeu espaço para a argumentação. Em vez de contar, tentava-se explicar estruturas e processos por trás dos fatos, usando conceitos para esclarecer a lógica dos acontecimentos. Os eventos históricos eram, agora, uma aparência que encobria uma essência.

 

 

 

 



Conforme está anunciado no resumo desta comunicação, não se trata de uma contribuição inédita. Tentarei rememorar resultados de pesquisas já publicadas sobre aspectos políticos das regiões de colonização no Rio Grande do Sul, com ênfase especial para as regiões de colonização alemã – mas estou convicto de que várias das minhas observações e descobertas se aplicam, também, às regiões de colonização italiana, polonesa e de outra origem.

 

 

 

  No 6o Simpósio de História da Imigração e Colonização Alemãs no Rio Grande do Sul, promovido pelo Instituto Histórico de São Leopoldo, em 1984, Benjamin David Barbiaro apresentou um trabalho em que denunciou as agressões à natureza causadas pelos imigrantes alemães entre 1824 e 1830. As referências do autor se restringem, portanto, aos cinco anos iniciais da colonização, mas é legítimo pressupor que se o autor tivesse abordado um período histórico mais amplo suas conclusões sobre a devastação causada certamente teriam sido muito mais incisivas.

 

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