Na memória histórica, quando alguém se refere ao campo educacional durante o Estado Novo no Rio Grande do Sul, as primeiras coisas que vêm à lembrança são a campanha de "nacionalização" e o nome do secretário da pasta da educação, J.[osé] P.[ereira] Coelho de Souza. Nomeado pelo interventor Daltro Filho, em 21 de outubro de 1937, mantido pelos interventores Oswaldo Cordeiro de Farias e Ernesto Dornelles, deixou o cargo somente em 25 de abril de 1945. A campanha de "nacionalização" não será abordada aqui. Apenas se fará uma avaliação da ação governamental no campo educacional como tal.

 

Leia a íntegra no arquivo em PDF.

 

[A lista continua - para vê-la, clicar em "2" ou "próximo", abaixo]

 

 

O sucesso econômico – real ou alegado – constitui uma das tentativas de legitimação mais recorrentes em regimes autoritários. Em 8 de maio de 1940, o órgão oficial do governo gaúcho Jornal do Estado escreveu: "E amanhã, quando balanceadas as contribuições de cada uma das unidades da Federação à obra enorme do Estado Novo, veremos que a do Rio Grande do Sul foi das maiores e mais decisivas, por isso que, integrada completamente em seus princípios, marcha a gleba gaúcha para a conquista acelerada daquele estágio de grandeza e de prosperidade que o regime preconizou na hora memorável em que surgiu". E, dois anos depois, em 1942, num livro comemorativo, intitulado Rio Grande do Sul: imagem da terra gaúcha, também publicado com as bênçãos oficiais, podia ler-se, no início de um capítulo sobre a "Geografia econômica", que "o progresso que o Rio Grande atingiu nestes últimos tempos é simplesmente assombroso em todos os setores da vida humana".

 

Leia a íntegra no arquivo em PDF.

 

 

 

Apresentar o fato histórico como texto literário tem muitos riscos. Inclusive o de deixar o leitor totalmente confuso.


 

         As duas áreas caminhavam de mãos dadas.[1] O segundo Prêmio Nobel de Literatura (1902) foi para o historiador Theodor Mommsen (1817-1903). Na época, se fazia história à maneira literária, narrada como se fosse um romance. Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), essa narrativa histórica cedeu espaço para a argumentação. Em vez de contar, tentava-se explicar estruturas e processos por trás dos fatos, usando conceitos para esclarecer a lógica dos acontecimentos. Os eventos históricos eram, agora, uma aparência que encobria uma essência.