Quem leu O tempo e o vento de Érico Veríssimo sabe que, bem antigamente, o único alemão sensato lá em Ibirubá era o Dr. Winter. Depois, todos eles viraram nazistas, inclusive atacando, fisicamente, os judeus que por lá viviam - ao menos é isso que sugere o mesmo autor no citado livro. Entre eles, estava o Dr. Frederico Ernesto Braun, primo da afamada Eva Braun, o qual, em 1964, teria forjado sua morte, para “desaparecer do mapa”. Em 1977, veio aquela enorme nave intergaláctica, que – qual o Zeppelin, nos anos 1930 – pairou, por longo tempo, sobre a cidade. Sempre se desconfiou que um dos tripulantes dessa nave havia desertado. Agora, finalmente, a situação foi esclarecida: o ET foi capturado, debaixo dos Andes, num daqueles túneis que levam de Ibirubá a Santiago do Chile.

Segundo o blogueiro porto-alegrense Políbio Braga, “o jornalista Túlio Milman conta uma história surpreendente na sua página deste final de semana do jornal Zero Hora. Baseando-se em informações do jornalista Clóvis Messerschmidt, o colunista da RBS diz que existem túneis sob a cidade gaúcha de Ibirubá, que teriam sido abertos por nazistas durante a segunda guerra mundial. Clóvis garante que investigou e que foi ameaçado de morte na cidade. Ibirubá teria abrigado refugiados de guerra nazistas, que depois teriam ido para a Argentina e para o Chile. Na década de 50, o general Aurélio da Silva Py contou a história dos simpatizantes nazistas no Brasil, tudo num livro intitulado Um punhal nazista no coração do Rio Grande".

[Fonte: https://polibiobraga.blogspot.com/2019/09/ibiruba-teria-tuneis-nazistas-e.html – acessado em 23/9/2019]

Apenas uma pequena correção a esse brilhante produto [excremento?] jornalístico: livro com o título O punhal nazista no coração do Brasil foi publicado por autoridades policiais de Santa Catarina; o do coronel Py chama-se A 5ª coluna no Brasil, e é de 1942. Em 1943, esse cidadão foi demitido do cargo de chefe de polícia do Rio Grande do Sul, acusado de ter cometido crimes hediondos contra cidadãos brasileiros cujo único defeito era terem sobrenomes alemães ou italianos. Em 1947, o então procurador-geral do estado, João Bonumá, o transformou em réu perante o Tribunal de Justiça. Infelizmente, a maioria dos desembargadores da época vacilou, e se declarou incompetente para julgá-lo. Para evitar que se achasse um tribunal que se considerasse competente, tanto o prédio do tribunal gaúcho quanto o palácio da polícia, que guardavam as provas contra ele, foram, casualmente, consumidos pelas chamas. O Sr. Políbio Braga nunca deve ter ouvido falar disso - mas se põe a divulgar, para a opinião pública, as bobagens que escreveu no seu blog!

Zero Hora de 21/22 de setembro de 2019, por sua vez, dedicou três páginas (p. 6-8) às façanhas dos gaúchos ibirubenses. [24/9/2019]