Recebi a notícia de que, no dia 29 de janeiro de 2023, faleceu Adriana Abreu Magalhães Dias. Este site foi fundado, em 2009, em grande parte, para criticar, e até combater, alguns aspectos de manifestações e de atos dela em relação a nazismo e a neonazismo no Brasil.

Ela investira, duas vezes, de forma incisiva, contra mim. Uma das situações está relatada em texto deste site, sob o título “Adriana Dias rides again – and writes about neonazismo”. Sobre a segunda, pode-se consultar meu livrinho O neonazismo no Rio Grande do Sul (p. 35-70). Estas duas passagens deixam claro por que também eu produzi textos incisivos contra ela. Como motivação para minha atitude, destaco, sobretudo, a ausência, por parte dela, de uma resposta à minha pergunta sobre a forma pela qual obteve o número de meu telefone particular.

Com a notícia de seu falecimento, vi-me colocado, eticamente, diante da pergunta sobre que fazer com meus textos. Tomei uma decisão clara: permanecerão como estão. Adriana tinha plena consciência de que se envolveu num debate acadêmico (era mestre e doutora pela UNICAMP) sobre um assunto relevante para a sociedade brasileira. E assim como nenhum cientista social que mereça tal nome apagaria uma crítica contundente a Durkheim, Marx ou Weber pelo fato de eles estarem mortos, não há motivo para despublicar textos críticos em relação a Adriana Dias. Tentar reformulá-los, para adequá-los à nova situação, teria, por sua vez, efeitos ridículos.

Minha solidariedade aos familiares. Sempre respeitei pessoas com opiniões claras e combativas. [30/1/2023]