Notícias

 

Na década de 1980, tive um incidente de trânsito com dois soldados da Brigada Militar. Escrevi uma carta ao comandante do batalhão a que pertenciam – sem resposta. Reiterei-a – idem. Fiz a mesma coisa com o comandante-geral, com resultado idêntico. Fui, então, ao Palácio Piratini, e ali registrei, em livro disponível para qualquer cidadão, minha demanda. Poucos dias depois, um coronel da BM fez contato comigo. Aquilo que impressionou no caso foi o fato de que, na conversa do coronel, ficou claro que eu fora considerado um cidadão tão exótico – por persistir, durante meses, numa demanda – que, para saberem quem sou, haviam sido acionados os serviços de informação das forças armadas (o coronel sabia meu posto militar) e, provavelmente, os serviços de informação da OTAN (eu tenho um título acadêmico obtido num país da OTAN, o qual, naquele momento, não estava revalidado e registrado perante autoridades brasileiras – mas o coronel sabia que sou portador desse título).

 

 

Finalmente, um posicionamento oficial: o MPF-RS não possui indícios ou provas de que “alemães”, “italianos” e “poloneses” sejam os responsáveis pelo “neonazismo” no estado!

 

Fico imaginando o caos e a ineficiência que se registrariam na operação “Lava Jato” se a cada novo fato, a cada nova “entrada”, os dados, as informações caíssem na mão de um procurador da República diferente, que não tivesse qualquer conhecimento do desenvolvimento do caso até então, vendo-se, por isso, obrigado a estudar aquilo que aconteceu desde, no mínimo, o “mensalão”, lá em 2005, para entender aquilo que está em jogo agora. O resultado seria um desastre. Infelizmente, tenho a impressão de que com meu caso referente ao “neonazismo” perante o MPF-RS, em curso desde 2012, está acontecendo exatamente isso.

 

 

Estatística é uma área científica muito importante. Através dela, podemos saber qual a probabilidade de nosso candidato eleger-se nas próximas eleições, qual a probabilidade de nosso time conseguir uma vaga na Libertadores ou ser rebaixado para a série B. Mesmo não permitindo uma previsão absolutamente segura do futuro, ela pode indicar aos governos quantos aposentados deverão ser atendidos pela Previdência daqui a 20 anos. Através de modernas máquinas calculadoras, grandes levantamentos estatísticos podem ajudar a estabelecer relações de causa e efeito – assim, pode-se constatar, por exemplo, que entre populações de baixo consumo de sal há menos infartos do coração. Neste caso, os estatísticos falam de uma “correlação” entre nível de consumo de sal e infarto.

 

 

 

Como este site não publica só notas “panfletárias”, permitam-me apresentar algumas informações mais eruditas sobre as mulheres eleitas prefeitas na eleição de 2 de outubro de 2016. Por estar acompanhando a história deste estado há algumas décadas, lembro que a primeira gaúcha eleita prefeita foi Iris Altmayer Ranck, em Cruzeiro do Sul, no ano de 1982. Na eleição de 1988 (por causa da prorrogação dos mandatos, não houve eleições em 1986), foi eleita Marlene dos Santos Wingert, em Sapiranga. Nos anos seguintes, a eleição de mulheres-prefeitas expandiu-se, atingindo, o mais tardar em 1996, recantos afastados do estado – neste ano, foram eleitas, entre outras, Zilá Maria Breitenbach, em Três Passos, Jacira do Carmo Dutra Schmitz, em Bossoroca, e meu povo lá de Novo Machado, nas barrancas do rio Uruguai, elegeu Beatriz Cristina Busanello, a “Kika”. No total, foram eleitas 12 mulheres, no citado ano.

 

Um tal de Jair Krischke, que já deve ter sido indicado várias vezes para o Prêmio Nobel da Paz, certa vez foi perguntado se “o crescimento da violência, como a atuação de grupos neonazistas como os skinheads, estaria ligado à colonização alemã no Rio Grande do Sul?”. Sua resposta: “O relatório do governo norte-americano a respeito da situação das vítimas no mundo destaca esse episódio. No Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e parte do Paraná, temos uma situação bem particular. Trata-se de uma região de forte colonização alemã e que, em termos ideológicos, ficou parada no tempo. Ainda hoje, atuam inspirados na Alemanha nazista e apoiam o projeto de Hitler”. Em outra entrevista, apresentou como indicador do caráter “neonazista” da população de origem alemã o fato de que “ainda hoje, a 100 km de Porto Alegre, existe uma comunidade em que não se fala português”. Mesmo não tendo identificado esse lugar, o contexto sugere que tenha pensado na região da Encosta da Serra, em torno do Morro Reuter – a cidade de mesmo nome localiza-se a 68 km da Capital.